A RETA

Esta rua me leva a algum lugar

Pois ela vai perfeitamente reta

Basta seguir que, então, hei de chegar

Até minha desconhecida meta

Em cada poste dela há uma seta

Todas apontam sempre para lá

Sinais estáticos, pois a ruía é quieta

E já não tenho mais por que voltar

Há algo estranho nesta exatidão

Eis que também caminha o horizonte

Parece que ele quer fugir de mim

Mas minha fé não vê repetição

O mesmo poste e logo a mesma ponte

Parece a reta um círculo sem fim