Vai. Sei que volta
Sinto prazer quando vejo qualquer mulher,
de qualquer modo, se atirando sobre meu homem;
fico ao espelho, aos momentos do que ele quer,
sabendo que o desejo é todo feito de fome.
Espero, sempre espero porque sei quem sou,
porque a minha fonte é única e pura de vida,
é torrente que não se acha, porque me dou,
inteira, plena, capaz de morrer nessa investida.
Deixo a asa livre ao vôo, o corpo livre ao prazer,
deixo o sonho, a devassidão, deixo que tudo aflore,
oferto meu silêncio e a conivência ao livre ser,
que a vida é esse retorno de paixões e amores,
é essa investida ao que o hímen-vida deflore,
é o êxtase de ter o que nos pertence sem dores...