Cara metade.
O soneto é a cara de quem faz
Às vezes trás um alento ao desafio
Belo ou feio é sufoco e também paz
A quem faz um velejar pelo seu rio.
Crio versos amarrados dando voltas;
Tortas, certas, ó minha cara de poeta!
Tanta flecha em meu peito, pouco importa
Se a dor aperta. A mente abre a porta...
Está fluindo o soneto, alto e baixo,
Há um capacho onde deito os seus sonhos
Tristonhos, risonhos, levam luz no facho
E despacho poemas nunca bisonhos.
Se o soneto é o espelho de quem faz;
Meu espelho já não me reflete mais...
Josérobertodecastropalácio
(Teimoso na poesia, entretanto um aprendiz entre tantos poetas).