O VINGADOR
Ah, tantos querem colo de um anjinho,
por serem tão perfeitos, caridosos...
Celebram fés e céus esplendorosos,
varrendo as impurezas do caminho.
Vou me afogando nesse mar de santos,
de vítimas dos outros seus algozes...
São todos inocentes, várias vozes
de gente pura e frágil sob os prantos...
Difícil aceitar-se malfeitor
que trama insídia suja, vil, infame
e louco, ateia fogo no estopim.
Pois eu assumo: sinto atroz rancor
por ser que porventura me desame.
E mato a bela flor de seu jardim.