ANIVERSÁRIO
Nessa data propínqua, sem denodo
A nódoa acre do tempo escorre inerme
Pelos sulcos da face, na epiderme
Árida que me valeu certo apodo.
O tempo furioso baixa o rodo
E enverga o homem... E tal qual um verme
Sucumbe após chegar ao cimo, cerne
Dele próprio: essa parte de um todo!
Quantos agostos no meu calendário
Irás dizer o meu, sem graça, aniversário
Daqui pra frente pela vida afora?
Anos até aqui, já foram trinta e sete
E quantos anos mais me prometes
Até o momento triste de ir-me embora!