ANIVERSÁRIO

Nessa data propínqua, sem denodo

A nódoa acre do tempo escorre inerme

Pelos sulcos da face, na epiderme

Árida que me valeu certo apodo.

O tempo furioso baixa o rodo

E enverga o homem... E tal qual um verme

Sucumbe após chegar ao cimo, cerne

Dele próprio: essa parte de um todo!

Quantos agostos no meu calendário

Irás dizer o meu, sem graça, aniversário

Daqui pra frente pela vida afora?

Anos até aqui, já foram trinta e sete

E quantos anos mais me prometes

Até o momento triste de ir-me embora!

Miguel de Souza
Enviado por Miguel de Souza em 07/08/2012
Reeditado em 07/08/2013
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