Soneto cíclico
Oh! que Ventura essa dos desventurados;
vós, conterrâneos que neste mundo vagueiam!
A esperar do fado acenos que vos enviam
os vilarejos de cólera carregados.
Das esquinas d'uma dor sem nome, sem rumo,
destemida no escuro, u'a estrada sem vida,
com manchas de sangue, dos escarros, ferida
feita em vossos pulmões com tragadas de fumo.
Arqueja o peito, tão cansado e doentio;
um servo quase exânime do corpo esguio
a tentar aspirar vida depois de inumo!
Exausto, junta-se ao húmus, morrendo enfim;
e lá, em vez de alma, sai todo um jardim
de jasmins, girassóis e outras vidas sem rumo…