Opium moderno
Em todos os lugares vejo os vivos-mortos,
São prisioneiros dos seus caminhos tortos,
Fumaça é o cobertor que a eles os encobre,
Trocam para tê-la até o seu mais vil cobre.
São zumbis mas não iguais ao de palmares,
Pois não são livres vivendo sem seus lares,
Mas como mortos-vivos estão enfeitiçados,
Vivem todos como se fossem bois assados,
Ou vão à boca de alguém ou são queimados;
Pois os matadores de zumbis estão armados
E andantes notívagos são por poucos amados.
A dúvida é quantos dias ainda estarão vivos?
Já que vivem apenas de movimentos esquivos,
Não perdoam nem aos mortos e nem aos vivos.