Ciúmes
Sim, sou inseguro diante de tua majestade,
Longe de ti me sinto somente uma metade,
Quando olho, eu sei que já está muito tarde,
Nenhum poder nessa hora há que o retarde.
Sinto então aquilo que todo humano sente;
Que se eu negasse, seu sinal não se mente;
Não que em ti eu não possa um dia confiar,
Mas porque não posso apenas em mim fiar.
Eu preciso de teu amor para não me enublar;
Eu queria muito se pudesse tudo isso driblar,
Mas na verdade tudo que eu faria era dublar.
Quando sinto não há nada mais que o eu finge,
Afinal, é vistosa a cor que o ciúme me tinge,
E de tão inseguro, fico silente como esfinge.