Costurando nosso amor. (Reprodução)
Cerzindo o amor com pouca linha
Nos perdemos no fio da meada
Pouco pano pras mangas, não dá;
Amarrotado, nosso amor não se alinha.
Ponto sem nó e o botão pede casinha
Nossa esperança segue alfinetada,
Cá com meus botões não digo nada
Mas o laço desse amor quer uma folguinha.
Abri o fecho-éclair vou respirando,
Vejo as cores desse amor se desbotando;
Quem dera vestisse ao menos branco e preto...
Sem molde nosso amor não vai dar certo
E ao tentarmos costurá-lo sem alinhavo:
Na lapela desse amor, jamais um cravo.
Josérobertopalácio