A Escultura

Lá num canto da sala escondida,

Eis que vejo, não mais que de repente,

Uma estátua por todos esquecida,

Exemplar de beleza reluzente.

Inocente, a face reprimida

Faz lembrar-me você, indiferente,

Aceitando o destino de uma vida

Como fosse a vida coerente.

Acanhada tal qual a escultura,

Ofuscando seu brilho assegura

Que o amor já é coisa do passado.

Só esquece que a vida é correnteza

Que não pode negar-me sua beleza,

Afinal, eis-me aqui apaixonado.

Paulinho Sorrentino
Enviado por Paulinho Sorrentino em 01/08/2012
Reeditado em 11/02/2013
Código do texto: T3809005
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