SONETO A VELHICE.

Veio-me a velhice, a mdrugada da vida,

No curso, rio, onde estupefáto vamos,

Acumulando horas mortas de cada dia,

Como a solidez da lua a contemplamos.

E doi! Pesa a pose que dantes detinha,

ainda leve ser os sonhos que sonhamos,

Fanados ao tempo que de mágoas não cabia,

Nem nos olhos, nem nas mãos que possuiamos.

Tocou-me onde eu de mim desvencilhamos,

O que serei, após ser o que fui? O que seria?

Esquivando-se daquilo que nos tornamos.

Assumindo o curso, o rio, continuamos,

Temendo os sonhos a fúria nostálgia,

Do passado tão recente do que fomos.

Tomb
Enviado por Tomb em 01/08/2012
Código do texto: T3807532
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