Soneto ao meu tênis
Tudo pára quando o meu pisante
Lançado nas ruas, me torna ambulante
Caminhando sempre em frente
Tento atingir o longínquo sol poente.
As formigas interrompem o trabalho
Para um pouco de descanso e um baralho
O vento pára, nem sequer uma brisa
Nem mesmo um pássaro então aterriza.
Neste momento sou só eu, somente
Eu com meu tênis sigo só e contente
Flores suspiram ao passar o calçado
O mato quer ser por ele pisado.
Meu tênis não é qualquer bagulho,
É o meu veículo e o meu orgulho.
(escrita em 2006)