UMA TROVA PERDIDA
Na calada da noite um verso eu fiz,
Tal se de quatro cordas fosse a prima,
Não me importava o tema, apenas quis
Mostrar à noite escura a grande estima
Que nutre pela trova este aprendiz.
Travou-se no momento certo clima,
Ficaram tête-à-tête, vis-à-vis,
Da noite – a escuridão, do verso – a rima.
No vértice da terra o sol nasceu,
E a trova ficou pronta, ficou linda,
Do pouco que me lembro dela ainda,
Pois arribou tão logo amanheceu.
Se uma andorinha boa a achar, prometo,
Dar-lhe, por gratidão, este soneto.
Porteira Verde, 29/07/2012