A dor cuja causa é musa.
Oh, bela musa de cristal, habitante da Torre de Marfim,
Quero contar-te a minha dor, que sinto antes de morrer.
Essa morte que me invade o peito não é um mero fim,
Mas a volta da tristeza por mais uma vez te ver correr.
A corrida é dos teus olhos sobre o poema da minha lida,
Mas, quando me vês, temo que me transformes em vivo,
Embora eu morra para renascer todas as vezes em que a vida
Me toca através de teus olhos, sem pena e com olhar lascivo.
Por que a morte e a vida não são eternas, como o que me fascina?
Será que não há mais tristeza na morte por causa da vida,
Ou não há mais alegria na vida por causa da morte que me alucina?
A musa me responde com um olhar de querida,
Minha mais querida musa, com sorriso de felina,
Cuja mágica está em me inspirar feridas.