AMANTE ETÉRIA
Não! Jamais me digas que fujo deste amor,
pois que este imenso e majestoso sentimento,
é furacão que tudo arrasta num momento
e depois é brisa que inspira o trovador!
Não! Não me fales de tristezas e de dor,
pois a alegria é facho de luz, sagrado lume,
que se abre em claridade e espalha seu perfume,
qual primavera num jardim de resplendor!
Não! Não me digas que são tristes os meus versos,
pois que de amor é que eles são, mesmo dispersos;
doces saudades que eu nem eu sei de onde elas vêm!
De ti, talvez, ó Musa etérea, amada amante,
alma fagueira, inconsistente, eterna errante,
doirado sonho que da vida vai além!
13/02/2007
Nelson de Medeiros