Entre o Trágico e o Belo
Venho de uma terra peculiar, promotora de um dínamo chamado alegria
De sol a sol, os sorrisos se alargam, muitos podres; traduzindo a pobreza
Os alpendres, são falsos abrigos as intempéries. A maior delas, a visão fria
Ó sofrida Salvador, dualidade do trágico e do belo, pocilga de suja nobreza
O sal do seu mar, batiza o descaso. Náufragio em tropical tempestade
Suas magias e encantos, refletem um povo cordial, fadigado no sofrimento
Arquétipos, criogenizam as melhorias , punindo os filhos dessa cidade
As lágrimas do pierrot, simbolizam a estática da felicidade e do lamento
A momesca folia, torpor do esquecimento, nos prepara para mais um ano
Meses de miséria, se não és do camarote, com certeza levará cano
Povo da minha urbe, tão maldosamente; estereotipado como preguiçoso
Constroem a sua saga, pautado no esforço e na força do seu trabalho
Mesmo na adversidade, mesmo jogando com incompleto baralho
Acredito na força que muda, viraremos a mesa sem querer ser presunçoso