A musa das lágrimas.

Oh, bela musa das lágrimas que tocaram a face alva,

Por que choraste pela vida inteira e continuastes bela?

Quem te deixou em pranto enquanto tu rezavas salva

Dos artistas que tentavam te levar para uma tela?

Eu roubei-te o rosto e desenhei-o aqui, nestes versos,

Mas não esqueci de chorar as tuas adoradas lágrimas

Durante o tempo em que me inspirastes, desde o berço

Até a declinação do amor diante do fracasso das rimas.

Por que a tua dor não me destrói, mas machuca o peito?

Será que a tua beleza me fascina tanto a ponto de me afagar,

Apesar da dor que me causa toda vez que te vejo em meu leito?

Estas letras são como a luz do Sol, elas não vão se apagar,

Mas morrerão e renascerão, como o dia e a noite e os feitos

Dos homens na história, numa sucessão entre trevas e luz a se propagar.

Ulisses de Maio
Enviado por Ulisses de Maio em 29/07/2012
Reeditado em 30/07/2012
Código do texto: T3803456
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