Foto do Google / Federico García Lorca



ENGAJAMENTO DO POETA
[CCCXLV]




 
O poeta – no amor – convém ser dócil,
mas reaja a favor do bom combate,
para que não se quede feito um fóssil:
onde houver injustiças que as detrate.
 


Não ser morno, jamais, e não ser frio,
pois, daí, ao covarde mede um passo;
qualquer bardo ou vai firme ao desafio
ou se arrisca a palerma, apenas lasso.
 


Em seu «Canto geral» tomou Neruda
os estreitos caminhos dos pequenos,
não cantou tão somente a quem estuda.
 


Já o Lorca, também de erguida fronte,
com seu grito de paz não fez por menos
– não se rende ao fascista mastodonte.

 

Fort., 29/07/2012.


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Pablo Neruda, prêmio Nobel de Literatura, chileno, era o candidato à Presidênicia da República de seu pais pelo Partido Comunista Chileno.

Renunciou à candidatura e, em seu lugar, entrou na corrida eleitoral o democrata  Salvador Allende.

Eleito este, por uma coalizão das esquerdas, o presidente Salvador Allende foi brutal e miseravelmente  bombardeado, em seu Palácio de la Moneda, pela aviação  e tropas  direitistas do exército,  ambas então manipuladas pelo imperialismo norte-americano, em 1973, quando, como já ocorria no Brasil e na Argentina, no Chile começa a imperar a ditadura sanguinária do general Augusto Pinochet.


Federico García Lorca, poeta nacional da Espanha, por suas convicções democráticas e antinazi-fascistas, foi fuzilado numa madrugada chuvosa de 1939 pelos cães da ditadura do general Francisco Franco.

São, ainda hoje, dois ícones da poesia social, no mundo inteiro, GS.


Gomes da Silveira
Enviado por Gomes da Silveira em 29/07/2012
Reeditado em 29/07/2012
Código do texto: T3802757
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