COTIDIANO
À noite, os sonhos perambulam hirtos
Cada qual traz consigo, no bojo
Uma porção de incógnitas, e nem com nojo
Abrem os olhos para esses gritos!
A manhã não será dos aflitos
E, sim, daqueles que, com arrojo
Guardam suas angústias em estojo
E assassinam, aos poucos, os seus mitos!
A tarde traz do ocaso, o bom exemplo
E como todo homem brando, contemplo
A melhor poesia que Deus fez!
E através disso tudo me reciclo...
A noite baixa qual quem fecha um ciclo
E sonhos perambulam outra vez!...