A triste solidão.

O meu peito, feito ferro em brasa, queima frio

Com uma paixão ardente pelo coração

Da donzela indecifrável e que, com brio,

Faz da minha fantasia uma fonte de emoção.

O tempo corre devagar, enquanto tento sugar

Toda a nostalgia de um tempo em que passei

Amando uma flor que raiava como o sol no ar,

Mas cujo coração foi roubado por outro, pelo que sei.

Então, por que viver, se ninguém se importa?

Será a fantasia a minha amante que me mantém

Num estado de transe entre a vida e a morte?

Não sou mais pálido do que a pele da musa morta,

Que morreu de tristeza no triste deserto que além,

Muito além, paira nas redondezas da solitária sorte.

Ulisses de Maio
Enviado por Ulisses de Maio em 27/07/2012
Código do texto: T3800798
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