"PAVOR"

Oxidado, eu, passiva sucata

Entregue a infame funérea

Que solve a essência etérea

E a matéria, num todo, maltrata.

Estupefato, a pupila se dilata,

Diminui o desenho da terra,

A face insulsa, a boca se cerra,

O sangue gela, o pavor desata.

Em mim implodem as entranhas,

Uma lágrima fria a têmpora banha,

Dos punhos a força já falta...

Na mente um filme branco e preto,

Músculos rijos, me dói o esqueleto,

Um urro ébrio... Enfim, a morte me mata!

Jurandir Silva
Enviado por Jurandir Silva em 27/07/2012
Código do texto: T3799781
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