"PAVOR"
Oxidado, eu, passiva sucata
Entregue a infame funérea
Que solve a essência etérea
E a matéria, num todo, maltrata.
Estupefato, a pupila se dilata,
Diminui o desenho da terra,
A face insulsa, a boca se cerra,
O sangue gela, o pavor desata.
Em mim implodem as entranhas,
Uma lágrima fria a têmpora banha,
Dos punhos a força já falta...
Na mente um filme branco e preto,
Músculos rijos, me dói o esqueleto,
Um urro ébrio... Enfim, a morte me mata!