Círio humano

É o medo, que une tudo que é humano,

Da morte que faz nos sentir humano.

Quem diz que não tem medo, dá medo,

Ou é um deus ou é apenas um arremedo

De homem, mas lá no fundo ele teme,

Por isso finge que tem seguro o leme;

E esse seu medo fica meio escondido,

Somente surgindo quando já rendido

Pelas circunstâncias, para ele se revela

E toda a pompa mentirosa se desvela;

Nessa hora, homem é homem somente.

Não há como, diante da morte, uma mente

Fingir que, dentro de si, não se lamente

De sua vida se apagar como uma vela.

Le Roy
Enviado por Le Roy em 23/07/2012
Reeditado em 24/07/2012
Código do texto: T3793837
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