Soneto para vida
Soneto para vida
Cada ruga que trago no meu rosto
São parcelas já pagas desta vida;
Toda marca que fiz foi bem vivida,
Sem faltar um minuto deste imposto.
Eu provei do sabor e do desgosto,
E restou-me chorar na despedida.
De prazeres também foi dividida,
Com valores, meu sonho foi composto.
Minha meta começa a se cumprir,
Com carinhos, afagos e tormentos.
Hei de ser cada todo a se partir
Entre choros, partidas e lamentos,
Na incumbência que estou pra descobrir
Que o irreal é real nesses momentos.
Galdêncio Neto.