O CEMITÉRIO
No divagar da minha vã utopia,
Eu estava num mundo perfeito,
Sem perturbar-me a dor do peito,
A mesma que por dentro jazia.
A alma não estava quebrantada, pois...
O meu semblante estava altaneiro,
Gozando de um momento verdadeiro,
E entre flores estávamos nós dois.
Mas, à realidade voltei sem demora.
Volveram os momentos do agora,
E tu não passas de pó.
Neste cemitério encontro-me eu
Chorando por alguém que já morreu,
E vivo, caminharei só.