OLHANDO ESTRELAS

Uma réstia reflete no lençol da lagoa,
Alguma coisa se move na noite gelada,
Parece a minha alma que divaga, voa...
Desfigura-se na procura da alma amada.

Dói-me esse inverno, sou uma pessoa,
Com a esperança adormecida, fragmentada,
Domina-me a senhora saudade, destoa,
Vejo-me como uma arvore desfolhada.

Por que a gente ama assim? questiono,
Olhando as estrelas nuas no firmamento,
Emoldurado pela sensação de abandono.

Desfalece-me ainda mais, o constante vento,
E não há nada que conforte, não há sono,
Há apenas, um pranto transparente, lento.