SEDENTARISMO
Jorge Linhaça


Quão sedentária pode ser a vida
A ver o tempo ao longe passar
Tal qual um barco sumindo no mar
C'oas velas brancas d'uma despedida


Ali sentado, a alma esquecida
Sempre a beber e também a fumar
Como se a vida fosse um lagar
A espremer esperanças perdidas


Louca viagem num barco sem rumo
Só à espera da hora final
Perde o corpo a forma e o prumo


Torna-se, aos poucos, um ser surreal
Sendo de si e pra si um verdugo
Nessa indolência cruel e fatal


Salvador, 20/07/2012