Soneto da Triste Realidade

Ao término do justo início,

Flagelos de vida se dispõem

Pelo infinito, e se sobrepõem

Ao esquecimento do meu vício.

E o que um dia foi vitalício,

Hoje, são só estrelas que compõem

A mesa na qual os deuses põem

As cartas desse meu ofício

Que não apresenta nenhum desfecho,

Mas encerra a minha atividade

De julgar-te longe do meu peito,

Já que a ferida que ainda mexo

Me faz rever a realidade

A cada noite depois que deito.