DECOMPOSIÇÃO

Timidamente batem na orla, as espumas

Trazidas pelo vento como as folhas

E, ao voltarem medrosas,fazem bolhas

Que se perdem na cerração, nas brumas

Ou se desfazem ao contato... Em suma:

Com águas, garrafas, velhas rolhas

Que se mudam, não por uma escolha

Mas por ordem da natureza, ou uma

Inquietude na matéria morta

Que move tudo: pedras, latas, conchas

cacos de vidros, galhos,coisas tortas...

Enquanto decompõe-se na natura

Esses detritos de mil coisas tronchas

Durante muito tempo ainda perduram!

Miguel de Souza
Enviado por Miguel de Souza em 19/07/2012
Reeditado em 21/07/2012
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