AFLIÇÃO
O céu já granulado em pós de pranto
Percebe o olhar, que mudo lhe percebe
No caracol das folhas de uma sebe
Torcida à batucada de um deus banto.
É a flor do sol nos árticos do espanto,
Vertigem de cordéis, vertigem plebe
Nas taças do horizonte, o pálio bebe
As gotas de perder-me em seu recanto.
Sibila o dégradé de fina escala,
Enquanto o olhar gorjeia, o peito cala.
Enquanto a pele teima, a alma espuma.
Pranteio, acorrentando neste instante,
Na febre das alvuras deslizantes
No teto universal sem forma alguma.