Céu de Agosto
Edir Pina de Barros

Nos céus de Mato Grosso, em pleno Agosto,
o sol se põe tristonho, avermelhado,
a lamentar a sorte, o malfadado
destino do cerrado, ao fogo exposto;

as aves cantam tristes, por desgosto,
ao ver os filhos sobre o chão crestado
e o fogo a se espalhar por todo lado,
a destruir mais vidas, por suposto.

No plúmbeo céu de tarde esfumaçada,
o sol se põe em dor, chorando sangue,
ao ver tanta beleza amortalhada.

E a noite cai tristonha na chapada
ao ver a natureza, mais que exangue,
morrendo sob o fogo da queimada.
 
Brasília, 18 de Agosto de 2012.

Livro: Poesia das Águas, pg. 68
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 18/07/2012
Reeditado em 17/10/2020
Código do texto: T3783913
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