SONETO A UM HOMEM DEVASTADO
Fingias abraçar-me, o próprio peito
Negava tuas doces fantasias...
Que fosse dele a luta mais perfeita
Ao teu amor jamais eu voltaria...
Vivia nos teus braços como um louco,
Comia do amor teu resto apenas,
Se do amor me davas só um pouco,
As dores não fazias mais amenas...
Tinhas por outro um amor profundo,
E tua vida tinhas definida,
E um paraíso ao lar era o teu mundo...
Mas eu não tinha nada, minha vida
Vivia num porão, e lá no fundo
Na solidão encontrei minha guarida.