FINGIR DE VIVER. soneto- 181.
Vida de pobre sofrida e de pura enganação,
Fazer de conta que vive é a especialidade,
É feliz com quase nada e ainda tem emoção,
Precisa pular miúdo quando na necessidade.
Alimento inferior sempre esta em sua mesa,
E no meio mais humilde ele faz a sua festa,
Em nossa sociedade ele sempre é a presa,
Ter a sua fé em Deus única coisa que resta.
Morrer na fila do SUS parece ser sua sina,
Acreditar em políticos é sua maior ruína,
Pra ele carne de pescoço é filé acebolado.
Mora nas encostas de lugares rejeitados,
E nas maiores tragédias é ele o premiado,
Se exigir os direitos de enxerido é taxado.
Cosme B Araujo.
16/07/2012.