Desamor
Eu vivo igual nômade desde meus quatorze anos,
Na verdade isso nunca fez parte de meus planos,
Aconteceu naturalmente e vieram os desenganos,
Que me levaram a essa estranha vida dos ciganos.
Eu não tenho morada cativa em nenhum coração,
Já me perguntei se não sofreria de uma maldição,
Que sem pousada vou sendo jogado pela estrada,
E de amores nunca tive em mim alguma entrada.
Viajante e sem parada, eu nada de meu eu chamo,
Em nenhuma jornada posso afirmar que eu clamo
Para que acabe tal má sorte que tanto eu reclamo.
Solitário, sempre em banzo, sinto grande saudade,
Do que num tenho nenhuma lembrança de verdade;
Apenas queria alguém para lhe dar minha lealdade.