Tristeza

Quem me dera poder cantar-te um verso

Num punhado de passagem ao sol,

Mas num resto de canteiro, disperso,

Já nasce murcho até o girassol

Há uma espécie de névoa na tarde

E sobre as carnaúbas, cujas palhas

Não aumentam este vento covarde,

Apenas um fraco azul, em migalhas

Há pássaros. Mas o canto não quer

Vibrar os galhos - um pouco sequer -

E meu canto de amor... fica ao chão.

E ali fica. Sozinho sem te vê,

Como flores que caem de um ipê,

Mansamente, a pedir atenção.

Teresa Cristina flordecaju
Enviado por Teresa Cristina flordecaju em 15/07/2012
Reeditado em 15/07/2012
Código do texto: T3779437
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