Tristeza
Quem me dera poder cantar-te um verso
Num punhado de passagem ao sol,
Mas num resto de canteiro, disperso,
Já nasce murcho até o girassol
Há uma espécie de névoa na tarde
E sobre as carnaúbas, cujas palhas
Não aumentam este vento covarde,
Apenas um fraco azul, em migalhas
Há pássaros. Mas o canto não quer
Vibrar os galhos - um pouco sequer -
E meu canto de amor... fica ao chão.
E ali fica. Sozinho sem te vê,
Como flores que caem de um ipê,
Mansamente, a pedir atenção.