EM UM ASILO
Não para na garganta o grito sufocado,
As horas remoídas são coros do escuro
Ao pleno sol da alma, as grades de Arcturo
Algemam os sentidos num fecho delicado.
Procura sem saber das febres do futuro,
No olhar que desfalece, o tempo tatuado
Com tintas lacrimais, bandeira-se no fado
Aquilo que deseja àquilo de mais puro.
Estira o horizonte, e nessa hora encarde
A noite gotejando, em túnicas da tarde,
O som da solidão que ao cravo faz aceno.
Restaram velhas fotos... família querida...
Será que me esqueceram? Pergunta engolida
Enquanto a mão alcança o copo de veneno.