Soneto da morte ( III )
Sigo cego por entre o arvoredo
tacteando no escuro,desesperado
com as mãos tremulas de medo
e o coração batendo desenfreado!
Existe um vácuo frio que me esmaga
e que se abate sobre mim, sangrento
destruindo-me as têmporas com uma adaga,
que lanha fundo e me banha no rubro unguento...
Sinto-me então encolher, ficar pequeno
mingar, atingido por um qualquer veneno
desta existência estéril e sem sentido...
E banhado nesse sangue já seco
sinto que a vida entrou num beco,
e morro só, simples e sem abrigo...