CHAMEGO

Vivo meus dias imerso em negrura
Desde a partida da minha deidade
No coração é profusa a saudade
Planjo, sem norte... Oh, cruel desventura!

Espinhos hoje se fazem moldura
Do meu retrato sem cor, claridade
De te abraçar é crescente a vontade
Recordações se tornaram tortura

Quero de volta do colo o conforto
Da macieza das mãos o aconchego
Quero deitar ao teu lado... És meu porto!

De tanta dor, meu amor, estou farto
Se revivermos o ardente chamego
Melancolia extirpamos do quarto