PESADELO
Na alva em que acordo inda dormindo
Penso que é noite, inda não acordei,
Penso que a minha vida vai sumindo
Nas brumas com as quais eu sonhei!
Me vi de pés descalços e ruindo
Pelas ruas do mundo que deitei,
Em que os outros passavam sorrindo
Ao verem aonde eu me debrucei.
Deitei pelas sarjetas em pesadelos
Cobri minha nudez com novelos,
Mas não sei porque me vi tão só,
Se quando sonho, sou inda criança,
Desolado e sem esperança
Ao ver-me deitado junto ao pó.
(YEHORAM)