OBSCURO INTERMINÁVEL
Esta escuridão que me ultrapassa
No limite de minha frágil vida,
Sou agora presa, carne ferida,
Sangrada pela morte que caça.
Serei carne mofada,rasgada por traça,
Em minúsculos pedaços, dividida,
Quando completar lenta descida,
Perderei cada átomo de minha massa.
Esta morte que desde sempre me persegue,
Em cada instante desejando que eu entregue,
A luz que me faz tocar a marcha de meus dias,
Para fazer me reduzir a infecta carne moída,
No obscuro interminável até restar a caveira roída
Carente de grão de luz mesmo vindo das horas tardias.