Dor Desperta
Tão logo faço exata minha crença
Nestas levezas da saudade certa
No peso esmagador do ar, suspensa,
Minha soidão mantenho em chaga aberta...
Deste desejo atroz que tudo incensa
Vem sequidão, na imensidão deserta
Da areia em que, moldada tua presença,
Paira o castelo da mi'a dor desperta!
Nas efêmeras cores dos instintos
Em meio a sensações de aromas tintos
Semente lapidada em brasa pus
Ando vertendo lágrimas ao vento
Pedindo ver descer do firmamento
Teu corpo quente decomposto em luz!