DESATINO - UM SONETO

Da vida nada levo ha não ser o lamento

Posto que entreguei ao amor o meu destino

Vivi ao sabor do vento, na esperança vã

De achar felicidade num sonho cabotino

Amei como se deve amar, inteiramente

Nada medi e cego me embebi do seu fascínio

Ignorei perigos, andei no escuro, tudo joguei

A sorte me faltou, menos a dor que ora rumino

Da mágoa de não ser amado nunca estarei imune

No entanto, o tormento da saudade que me pune

É aceitável, pois nas suas sombras, descortino

O sentimento que não quero que se finde sem ter sido

Esta espera mórbida que bate no coração sempre doído

Obra deste amor enlouquecido que é puro desatino!

Celio Govedice
Enviado por Celio Govedice em 08/07/2012
Reeditado em 18/08/2022
Código do texto: T3766511
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