A AMANTE PLATÔNICA DOS POETAS...
Nesta distância que nos separa,
Vão-se meus olhares e tu parada,
Inerte, imante a guiar-me, e passas,
Com teu ar de moça linda, recatada.
E quem me acompanha não sabe,
Que, quando só, para ti o peito bate,
A tua luz meu olhar reflete, rebate,
Como se única criatura restasse.
Mas sei! Não sou o único a olhar-te,
Todos te procuram, e que se ressalte,
Nunca serás, em verdade, de ninguém.
Ó, Lua! Dos que te olham das janelas,
Nas camas dos amantes e das donzelas,
Entre as frestas nas noites sempre vens.