Na Flor da Idade

Ao amigo W.

Queria saber da vida... Não existe

Um estudo que saiba e satisfaça,

Ao querer calculá-la, despedaça

O pouco que na régua nos insiste.

Não há caminho certo, o dedo em riste

Aponta: - Lá tem sol. A nuvem baça

Retorna ao peito triste e se embaraça

Com a noite em que o peito foi mais triste.

Meu dia está deserto, a cerração

É minha companheira. O coração

Vestiu-se do tecido de mil lutos.

Adeus... Pois não há lógica, não há

Que possa decifrar, enfim, por que a

Vida ao levar sensíveis, deixa os brutos?