Meu calvário
 
Dias me completam, em fulgente deserto!
Brilhante! Quem mais poderia dizer
Se não a voz tua? Oh, alma do meu viver...
Pôs-se o seu manto ao meu corpo incerto.
 
Que tristeza? Que mágoas? Amor liberto...
Pôs-se ao meu caminho percorrer...
O fulgor da noite, a lua, o mar aberto...
Que vinde me buscai o desabitado ser!
 
O qual se impõe, num iluminar, sem luz...
Que vês sob os vitrais da divina cruz,
O seu corpo de sangue numa terra fugaz!
 
Pois sou aquele que de amor descontente,
Eleva-o a voz, à voz de toda a gente,
No contrário fulgor do meu ermo de paz!
 
(Poeta Dolandmay)



 
Dolandmay Walter
Enviado por Dolandmay Walter em 06/07/2012
Reeditado em 02/08/2013
Código do texto: T3763681
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