Chuva pesada
Pesada a chuva cai, em desafio,
aos borbotões rolando nas calçadas,
para formar, além, as enxurradas,
correndo para o esgoto, rumo ao rio.
O barulhar do bonde sobre trilhos
e a trepidez dos carros na “Itapura”,
sumindo foram rápida e segura
ante o negror de um vasto céu sem brilho...
Chuva pesada que domina tudo,
que a terra deixa em triste tom veludo
e o peito meu degrada ou alucina.
Por que não cala a dor que me atormenta?
A tristeza, sem fim, que me arrebenta
e o desespero que o meu ser fulmina?
Brasília (DF), fevereiro de 2012.