Chuva pesada

 

Pesada a chuva cai, em desafio,
aos borbotões rolando nas calçadas,
para formar, além, as enxurradas,
correndo para o esgoto, rumo ao rio.
 
O barulhar do bonde sobre trilhos
e a trepidez dos carros na “Itapura”,
sumindo foram rápida e segura
ante o negror de um vasto céu sem brilho...
 
Chuva pesada que domina tudo,
que a terra deixa em triste tom veludo
e o peito meu degrada ou alucina.
 
Por que não cala a dor que me atormenta?
A tristeza, sem fim, que me arrebenta
e o desespero que o meu ser fulmina?
 
Brasília (DF), fevereiro de 2012.
 

Antonio Lycério Pompeo de Barros
Enviado por Antonio Lycério Pompeo de Barros em 06/07/2012
Código do texto: T3763561
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2012. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.