Soneto do medo

Eu navego em mares de tumulto

durmo sonos numa terra,cujo solo

Agride-me... Pedregoso e inculto

e choro lágrimas secas no teu colo...

Vejo-me morrer perante o teu olhar felino

e fico inquieto e temeroso em teu leito

choroso e indefeso como um menino

que suga o leite do maternal peito...

Vejo-me reflectido no teu olhar cansado

e sedento de luz,vou ver o luar prateado

para nele beber carinho e esperança...

E com um raio dessa luz eu me espanto

e ouço a brisa morna entoar um canto

que me faz ser forte e deixar de ser criança!...

Jacinto Valente
Enviado por Jacinto Valente em 10/02/2007
Reeditado em 25/09/2008
Código do texto: T376169
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