Soneto para a lua

Bela e despudorada lua

que afloras as vidraças das janelas

espreitando,prazerosa e lânguida

o ócio e o amor deles e delas!

Todos te vislumbram entre as cortinas

e sonham tocar-te em seus devaneios

imaginam doces as tuas montanhas

e desejam beijá-las como se beijam os seios!

Fingem ser a púbis um vale farto

e fazem correr nele a emoção

o mundo confina-se num quarto...

Onde o prazer se torna uma oração!

E tu nos teus brilhos fortes e distantes

Sorris dando a tua bênção aos amantes...

Jacinto Valente
Enviado por Jacinto Valente em 10/02/2007
Reeditado em 25/09/2008
Código do texto: T376133
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