A SOMBRA DO ANGICO
Ainda lembro aquele velho angico
Que outrora lindo, belo, nosso canto.
Fez-me oculto aquele amor angélico
Conquanto taciturno, nosso encanto.
Saudade dói minh´alma extravagante,
De marcas bem antigas quão cravadas,
No peito desse mancebo ofegante
Deveras em meus sonhos tão gravadas.
Ainda que tempos idos e mudanças
A menina e os dotes de Clarice
Em minh´alma outra vez uma criança.
Hoje não mais existe tu Clarice,
Nem o arbusto que o tempo levou
Mas em meus sonhos tu ainda existes.