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NASCE UMA BORBOLETA






Lá vem a elegante lagarta

Que se arrasta pelas folhagens

E nelas hospeda-se farta

- Alimenta-se nas passagens.



Visita a vasta natureza

Dando voltas com doce graça;

Pousa na relva com realeza,

Abraça o tempo que passa!



Viaja sobre um galho no rio,

Aporta-se na tarde azul e rosa;

Seu corpo já sente o vazio,

 
Aquieta-se... não quer mais prosa.
 


Bem longe, pára o belo inseto

De comer e de trafegar,

Pendura-se com leves gestos

Num graveto a observar.



A partir de ímpar momento,

 
Nenhum ruído ou canto soa;
 
Cessam os cantos, os lamentos
 
Dos seres que ali povoam.
 
 

Com esforço, almeja o infinito;
 
No casulo remexe-se sem ajuda.
 
Não há ninguém, nenhum grito
 
E, por si só, abriga-se muda!



 
O pequeno ser imóvel, espera
 
A borboleta sai e vê a grande esfera!
 
Metamorfose ... nenhum lamento!
 
Abraça o céu azul das quimeras!