Frágil caramujo

Olha esse menino que se pensa homem diante do avalista:

Julga que o destino é o que faz com que tomem tudo o que conquista.

Só que esse marujo longe do farol na hora da borrasca

É só um caramujo que ama a luz do sol... Mas que nasceu sem casca!

Frágil, doce e puro, doa – sem reserva – tudo o que lhe é caro,

Como o nascituro que sua fé conserva mesmo ao desamparo.

Tão desprotegido, nu, inteiro e entregue, dá-se à luz do sol

Pra que o amor bandido seu veneno empregue no maldoso anzol.

Doce caracol, não tendo em tua trilha o mal que está no mundo,

Tens por rouxinol o que faz de armadilha o canto nauseabundo,

Tornas tudo em torno belo como a essência desse teu sentir

Cuida-te, menino! A vida não reflete toda a tua pureza!...

Guarda teu destino: não só quem promete é que te traz certeza.

Faz do auto-retorno – e não de tua carência – a fonte do existir!

("Gérard, l'escargot fragile"

Pour mon Empereur des Sonnets)

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Luiz Roberto Bodstein
Enviado por Luiz Roberto Bodstein em 04/07/2012
Reeditado em 14/08/2014
Código do texto: T3760240
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